Autismo não é moda. Novos estudos relacionado ao TEA fazem com que muitos adultos recebam este diagnóstico.
Alguns perguntam: “Por que buscar diagnóstico sendo que você pode continuar vivendo sua vida `normalmente`?
Daí eu me pergunto: Deixarei de ir ao médico por estar ficando velha? Deixaria de lado um diagnóstico de diabetes só porque passei dos 40 anos e vivi a vida me alimentando mal?
Por que seria diferente com o autismo?
Autismo não é doença, mas buscar entendê-lo e viver bem é o que procuro. Se sei que agora que eu posso, deixarei a oportunidade passar?
Vivi a vida toda com autismo, mantendo relacionamento, trabalhando “normalmente”, dirigindo, fazendo todas minhas atividades, mas enfrentando desafios que só eu podia sentir, ao voltar pra minha casa ou dentro de um banheiro sozinha, minha camuflagem caia e eu sofria.
O ato de se camuflar cansa. Vivi desconfortável por toda a vida, incomodada com barulhos, alimentação, cheiros, claridade, entre outras coisas, sem entender o motivo.
Então eu pensava: Eu faço tratamentos sem saber o que está acontecendo comigo. Estou tomando o remédio certo?
Quando tive respostas, eu soube como agir.
Vi uma frase assim:
“”É como semáforo. Você sabe que não pode atravessar a rua no farol vermelho. Se não tivesse essa norma no trânsito, que ao ficar vermelho, não pode atravessar, você saberia? NÂO!
A mesma coisa com autistas adultos. Se agora eu sei que muita interação, estímulos, me fazem mal, eu busco alternativas para não viver aquele momento.””
Não vou mais esconder. Não vou ter medo. Infelizmente não será tudo perfeito, mas somos os primeiros de uma geração colocada de lado, que sofreu calada por ser diferente.
Muitos não teve a mesma chance que a ciência nos oferece. Busco viver da melhor forma possível, dentro das possibilidades que a sociedade nos dá ou não dá.
Agora, sendo autista adulta, posso ter qualidade de vida, autoconhecimento e amor-próprio.
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